segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Inspirando poesia

Uma leitora de Portugal, Arlete Castro, também escritora, nos enviou uma pequena peça inspirada na leitura do Feridos, que compartilho neste espaço. Obrigada, Arlete!


I Acto



sou como um andarilho.

maltrapilho, busco encontrar

o Caminho por onde andei.



meu coração pulsa no peito acelerado,

atrás do escudo que esconde a cicatriz

e disfarça enquanto junta os pedaços

do eu dilacerado,

que se alimenta esfomeado

da decepção que me corre nas veias.



teia que me prende a uma dor sem nome,

mas que me consome

e faz ofuscar a luz

que dantes até me fez voar.



a minha alma transborda à sangue derramado

mas oculto pela incerteza de quem confiou a vida e o coração

ao homem por Deus designado,

apaixonado por soberana vocação. que ilusão!





II Acto



sou também um andarilho

maltrapilho,

busco encontrar o Caminho por onde andei.



ultrapassei limites.

pensando que cuidava...centralizei.

confundi poder com unção,

zelo com manipulação... abusei.



meu coração também bate acelerado.

as minhas marcas se prendem a solidão

das sombras que norteiam minha alma,

cansada da minha própria insensatez.



vou peregrino nesta estrada que conheço,

peso meus passos atordoado por tamanha embriagues.

atrás de mim deixo um púlpito vazio

e o desejo de acertar uma outra vez.





III Acto



ouço o clamor dos teus lábios.

vejo o escudo que esconde a cicatriz

e os pedaços da tua vida,

decepção que incendeia

e semeia dor, ofuscando a minha luz.

olha pra mim...





vejo ainda o teu eu dilacerado

perdido no Caminho que conheces

e a unção guardada num pote aí ao lado

enquanto olhas para traz atarantado

sem ver que a tua frente,

há o vazio da minha cruz.

olha pra mim...





levantem do lugar onde caíram

vejam a graça que transborda das minhas veias

teias de amor que acolhem toda dor,

a chave certa pra qualquer encarcerado

perdão completo, boas novas...

vida plena em seu favor.



prestem atenção ao Caminho

tirem as pedras que engessam a sua estrada

partam o pão da comunhão que lhes é dado

bebam do vinho da alegria

e celebrem em cada canto, em cada casa

sou eu em vós... o livramento.





Arlete Castro

Bate papo sobre o Feridos

No link abaixo você encontra uma entrevista feita pelo pastor Fernando Oliveira, de São Paulo, sobre os principais tópicos do livro. Veja e comente:



http://www.koinoniaonline.net/paponarede/papo%20na%20rede%_20.htm

quinta-feira, 4 de março de 2010

Quando isso tudo vai ter fim?

Ainda estou me acostumando aos efeitos de escrever um livro. Como repórter durante boa parte da minha vida profissional, habituei-me à breve duração de uma reportagem que um dia nasce, levanta poeira e, no outro dia já virou papel de embrulhar peixe na feira.
Com o "Feridos", porém, não é assim. Tenho recebido emails regulares ou retornos pessoais de pessoas desconhecidas, que acabaram de ler o livro e se identificaram com as histórias. Essas pessoas vêm até mim para compartilhar suas tristes experiências de abuso, e me pegam de surpresa: mas você também? E de novo? Quando isso vai ter fim? É a pergunta que sempre me ocorre. Já não chega de tanta manipulação em nome de Deus, tantos maus pastores? Mas, não, a "coisa" não tem fim. É uma legião de feridos da falsa religião, que prega o legalismo e a barganha com a Divindade. É uma constatação dolorosa mas verdadeira. Marília

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

“Só existe um Pastor que nunca falha”

Entrevistas
Publicado em 04/12/2009 - portal www.lagoinha.com


“Só existe um Pastor que nunca falha” Em tom de alerta, mas também de alento aos ressentidos, Marília de Camargo fala da repercussão de sua dramática obra, “Feridos Em Nome de Deus” Não fosse pelo fato de ela não ter sido ferida por um pastor ou uma liderança, como ela mesma afirma, bem que o título da presente reportagem poderia ser : “Ela fez da sua dor a sua bandeira”. Mas ainda que não seja esse o caso, foi a partir de sua própria experiência de ter ouvido os relatos comoventes e dramáticos de gente que diz ter sido vitima de abuso de toda sorte por parte da liderança, de seu pastor, que Marília de Camargo César se lançou na escrita de sua polêmica, mas real, obra Feridos Em Nome de Deus (Editora Mundo Cristão, 2009). Detalhe: essa gente que a procurou era da mesma igreja que ela. Ou seja, ela viu de perto essa comunidade cristã vir à baixo no mais amplo sentido da palavra quando, por motivo de saúde, o pastor se vira obrigado a se afastar da liderança. Tempo suficiente para que pipocassem denúncias de suposto abuso de poder. Ela diz no prefácio de sua obra: “Seria melhor se um livro como esse nunca precisasse ser escrito. Ele carrega em suas linhas uma boa dose de dor e desamparo, sentimento que tive de acolher, digerir e esperar que me ensinassem suas lições até poder traduzi-los para essas páginas e contar adequadamente as histórias que se seguem”. Ainda que o tema não seja novo, o sucesso e a aceitação do livro estão no fato de o mesmo ter sido escrito em forma de documentário. Ela foi mesmo a campo como jornalista que é para escrever o livro. E só mesmo um motivo justificaria a imensa procura pela obra (em dois dias de lançamento, 5 mil livros vendidos, agora na terceira edição): a dor dos próprios feridos. Nessa entrevista que nos concedeu com exclusividade, Marília de Camargo César dá mais detalhes acerca de tudo que diz respeito à sua obra, incluindo sua repercussão. Contados a partir de seu lançamento – junho desse ano – até hoje, já se passaram seis meses. Mas por uma questão mesmo de dar tempo ao tempo, optamos por só agora soltarmos a matéria. Longe de agirmos em nome do chamado “faro jornalístico” para darmos o tão propalado “furo de reportagem”, preferimos aguardar. Até mesmo para termos uma leitura mais madura e sábia acerca do que tínhamos em mãos: além do próprio livro, matérias, entrevistas, releases, notas e dados diversas pertinentes. A pauta emergiu da própria leitura de todo esse material, além da própria obra. Algumas ressalvas aqui se fazem mais que necessárias. Primeira: a presente reportagem não tem qualquer cunho de apologia ao um suposto “movimento fora pastores”, como se estivéssemos a promover um “caça às bruxas” às avessas em nome de uma “santa inquisição”. Ainda que não neguemos o fato, também é fato de que agir em causa e justiça próprios é perpetuar ainda mais a dor. Ainda que reconhecendo que esse é um “comprimido” não tão fácil assim de descer “goela abaixo”, o perdão continua sendo o melhor remédio para a cura de qualquer ferida. Seja ela de cunho emocional ou espiritual. A presente matéria visa uma coisa só: a reflexão para uma ação em equilíbrio em relação ao testemunho cristão. Segunda ressalva: a partir dessa premissa acima, a matéria também não aponta nomes de pessoas ou igrejas com vistas à reprimendas indiretas por aquilo que se faz ou deixa de ser feito. Até mesmo porque a obra da autora também não tem esse teor. Terceira e última premissa: ainda que sendo uma realidade a questão de pastores e líderes abusadores, acreditamos piamente que há raras e honrosas exceções no contexto. Diria mais até: num universo tão grande de cristãos Brasil e mundo afora que constituem o Corpo de Cristo, precisamos crer que esses que agem de má fé supostamente em nome de Deus são a exceção, pois acreditamos na verdadeira Igreja de Cristo, a Noiva do Cordeiro, formada inclusive por pastores, líderes e membros fiéis, sinceros e maduros o suficiente para não só cuidarem de si mesmos, mas também dos outros. Eis então trecho da entrevista: (a íntegra está no site da igreja)

Lagoinha.com: Além dos próprios relatos daqueles que um dia foram membros da igreja que se dividiu, relatos esses feito a você enquanto escrevia, que repercussão sua obra teve para a própria liderança dessa igreja? Como todos reagiram assim que souberam do livro ou mesmo o leram?
Marília de Camargo César: Não tive vontade de saber sobre essa reação, não procurei saber. Preferi deixar o tempo cuidar de assentar as emoções e o Espírito de Deus trabalhar no coração de todos os envolvidos – ovelhas e pastores.
Lagoinha.com: Ainda sobre sua obra, como avalia sua enorme repercussão, pois o mesmo perece ter caído como bomba no colo de muitos?
Marília de Camargo: Acho um pouco exagerada essa avaliação. O blog do livro pode ser acessado (www.feridosemnomededeus.com.br) e ali você verá as mais variadas reações. Algumas críticas de cristãos que acham que contribuo para dividir a igreja de Cristo, mas a grande maioria de outros feridos, identificando-se com os relatos do livro. A repercussão, em geral, é muito favorável.
Lagoinha.com: Uma vez que o tema abordado em sua obra não é tão novo quanto parece - pois autores consagrados como Phillip Yancey, Brennan Maning, Ricardo Godim, além de outros que também são parte do casting da Editora Mundo Cristão que também compartilham do mesmo pensamento que o seu pelas obras já escritas por eles – como justificaria a enorme aceitação e repercussão de seu livro? Seria porque o mesmo fora escrito em forma de um documentário? O que diria?
Marília de Camargo: Creio que o fato de não ter sido escrito por um pastor ou um teólogo, mas por uma jornalista, causou interesse, e também pelo formato de reportagem, que não é comum no mundo editorial evangélico brasileiro.
Lagoinha.com: Com certeza, aqueles que trabalham contigo no jornal Valor Econômico souberam de sua obra. Como reagiram a ela?
Marília de Camargo: Meus amigos me incentivaram e acharam o tema muito interessante. Embora, como em sua maioria não professam a mesma fé que eu, nem têm um interesse tão grande em temas de espiritualidade, compraram o livro, mas nem todos leram (Risos)! Você sabe, jornalistas em geral costumam ser muito céticos e olham para alguém com uma convicção cristã como a minha como uma espécie de objeto voador não-identificado.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Encontro de Advogados Evangélicos

O Encontro de Advogados Evangélicos, no dia 22 de outubro, em São Paulo, reuniu cerca de 300 pessoas, entre advogados e lideranças do meio jurídico, para debater o tema da liberdade religiosa. Foi uma boa oportunidade de aprender um pouco mais sobre o assunto e perceber o forte interesse que desperta entre os profissionais do Direito. Obrigada a todos que participaram pela oportunidade de falar um pouco sobre os feridos. Um abraço, Marília

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Resposta ao leitor e convite

Ao leitor Nazareno Rafael, que me pergunta se frequento uma igreja convencional, gostaria de informar que, sim, frequento a Igreja Batista de Água Branca (mais informações www.ibab.com.br).

Aproveito para convidar os interessados no tema do livro para o Fórum de Liberdade Religiosa, que acontece quinta-feira, dia 22, no Clube Homs, Av. Paulista, 735. A palestra sobre o livro será às 14h. O forum é promovido pela Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB SP. Mais informações no www.oabsp.org.br. Nos vemos por lá! Marília

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Novo livro previsto para 2010

notícias
A-A+ 4/9/2009 16:57:23
Senadora Marina Silva terá biografia publicada pela Mundo Cristão
Livro será reportagem biográfica, assinada por Marília de Camargo César, com lançamento para 2010
Por: Assessoria de Comunicação

Está em fase de criação o livro sobre a senadora Marina Silva, que será escrito pela jornalista Marília de Camargo César, autora do recém lançado Feridos em nome de Deus. O livro deverá ser lançado no primeiro semestre de 2010. Convidada pela Mundo Cristão a ter sua biografia publicada quando ainda era ministra do meio ambiente, Marina Silva hesitou, por não pretender notoriedade com sua história. Quando lhe foi sugerido que o livro tivesse o caráter de reportagem biográfica, realizada por Marília de Camargo César, ela aceitou. "Também pesou o perfil da editora", afirma Marília, que diz ainda estar diante de um desafio muito positivo. A obra contará a história de Marina Silva, sua vida como seringueira, sua trajetória política e o engajamento na missão de alertar as pessoas sobre a destruição do planeta. Um marco na história do Brasil e uma referência mundial, a senadora Maria Osmarina Marina Silva Vaz de Lima nasceu em fevereiro de 1958, na colocação Breu Velho, no Seringal Bagaço, a 70 quilômetros de Rio Branco, capital do Acre, para onde foi aos 16 anos com o sonho de tornar-se freira. Seu primeiro emprego foi de empregada doméstica. Nessa época, alfabetizou-se pelo antigo Mobral, fez supletivo e, aos 26 anos, formou-se em História pela Universidade Federal do Acre. Participou de movimentos sindicais, o que a levou ao engajamento político. Converteu-se ao evangelho quando já era senadora, após ser curada de uma grave doença. Sua luta em favor da preservação da natureza e do uso racional de seus recursos, a tornou mundialmente reconhecida e inúmeras vezes premiada. Em 2007, foi eleita pelo jornal britânico The Guardian uma das 50 pessoas no mundo em condições de ajudar a salvar o planeta. No mesmo ano, recebeu o maior prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) na área ambiental - o Champions of the Earth (Campeões da Terra) - concedido a seis outras personalidades, entre elas o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore. Em 2008, recebeu das mãos do príncipe Philip da Inglaterra a medalha de Duque de Edimburgo, em reconhecimento à sua trajetória e luta em defesa da Amazônia brasileira - o prêmio mais importante concedido pela Rede WWF. Em junho deste ano, a senadora recebeu o prêmio Sophie, por sua luta em defesa da floresta amazônica, oferecido pela fundação norueguesa Sophie, do escritor norueguês Jostein Gaarder, autor do best seller "O Mundo de Sofia".Para saber mais sobre a senadora Marina Silva e seu trabalho, clique aqui e acesse sua página pessoal.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Advogados, bloqueiem a agenda

A Comissão de Direito e Liberdade Religiosa da OAB-SP quer debater com a autora o tema do livro em seu 3o. Encontro Estadual de Advogados Evangélicos. O encontro será realizado no dia 22/10/09, atrelando os relatos de "Feridos" a questões jurídicas, em especial danos materiais e morais. O enfoque, que pretende ser uma discussão para ajudar na formação dos profissionais, será: "Reparação de Dano no Abuso do Ministério Religioso". Mais informações podem ser encontradas no site da OAB (www.oabsp.org.br). Segundo o vice-presidente da comissão, Marco Antonio Matheus, em São Paulo somente há cerca de 200 mil advogados na ativa, dos quais a comissão calcula que 20% sejam evangélicos. É um público potencial de 40 mil profissionais que poderão ser informados sobre as práticas de abuso espiritual e assim se preparar melhor para os processos na Justiça que muitas vezes acompanham essas experiências danosas.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Lançamento do livro na Ibab

Quem perdeu a noite de lançamento na Livraria Cultura terá uma outra chance em agosto. O "Feridos" terá um lançamento na Igreja Batista da Água Branca no dia 23 de agosto, após os cultos da manhã (10h) e da noite (18h30). Nos vemos lá! Marília

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Respostas e novidades

Feridos já chegou a Portugal, me informa a leitora Ana Ramalho - que comenta um de nossos posts: "Escrever algo que "toca em feridas" é sempre um risco... parabéns pela coragem! O problema é internacional, mas agora temos um livro em português que aborda o assunto... e já chegou a Portugal também!Estou no processo de leitura!"
A editora Mundo Cristão está distribuindo o livro também em Angola, segundo informação de seu presidente, Mark Carpenter.

A leitora Valéria Neiva me pergunta se sou evangélica (post do dia 13/7). Gosto de pensar que sou cristã - uma pessoa cuja meta é ser "um pequeno Cristo", conforme o significado do termo - apesar de saber como é difícil essa caminhada e quão grandes são os meus defeitos! Não gosto muito de dizer que sou evangélica, por ter um pouco de vergonha de tudo o que os evangélicos andam aprontando, mas, vá lá, o que podemos fazer? Sim, Valéria, eu sou evangélica!

Um leitor anônimo gentilmente me convida para conhecer a Igreja Assembleia de Deus Canaã em Fortaleza, dirigida pelo pastor Jecer Goes. Muito obrigada pelo convite, quando for a Fortaleza certamente irei conhecer a sua igreja!

Outro anônimo, não tão gentil, afirma categoricamente que escrevi o livro para "fazer uma grana". Nossa, isso é ser leviano, eu acho que quem faz essas afirmações pelo menos deveria ter a coragem de assinar o nome.

Renata Bezerra me pergunta: "Você menciona no seu livro o nome dessa denominação que causa traumas espirituais e emocionais?" Renata, eu informo no livro os nomes das denominações que, segundo os estudiosos, tendem a ser mais abusivas, mas preferi não mencionar nome de nenhuma igreja especificamente porque a minha intenção não era prejudicar nenhum ministério, nenhum pastor especificamente, o livro não é um tribunal, é uma apresentação de fatos juntamente com uma análise equilibrada sobreo abuso. Obrigada pelo interesse e ajude a divulgar as boas notícias sobre o Evangelho da Paz e da reconciliação! Um abraço a todos. Marília

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Esclarecimento

O texto abaixo, tirado do site do pastor Caio Fábio, é de autoria de Marcelo Quintela.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Do www.caiofabio.com

NOVIDADE: "HÁ ABUSOS EM NOME DE DEUS"
Descobriram o Brasil...! Há abusos em nome de Deus! Até a Época foi entrevistar a moça escritora!

Essa semana, na reportagem, ficou evidente para todos, o que já é assunto passado para nós... Página virada, assunto esgotado, chato e repetitivo... Eu nunca escreveria um livro desse, porque para nós, ele deveria se chamar OBSERVE O ÓBVIO! O livro deve ser bom, mas nós é que já cansamos do assunto...

Taí, leiam abaixo a entrevista... Sempre mais do mesmo... Mas graças a Deus, alguém mais! Marília é o nome dela. Uma mulher. Uma jornalista. Evangélica. Resolveu lavar a roupa suja "fora de casa"... Talvez fiquem bravos com ela... tudo depende do livro... Se ele não for "chapa branca", ela fará alguns inimigos, com certeza.

Qualquer um de nós poderia escrever um livro chamado FERIDOS EM NOME DE DEUS, livro da Marília, falando do abuso emocional que os crentes sofrem na mão de "pastores"-entre-aspas! Não só sabemos mais histórias que ela como nós mesmos temos as nossas! Mas, dou graças a Deus porque a mídia dela alcançará muita gente ferida e abusada, e mantida sob cativeiro, em sequestro religioso, até que farão a leitura desse livro!

E nós: Nós continuaremos fazendo o que sempre fizemos: livro, site, blog, púlpito, aconselhamento, etc... E por nossa vez, vamos continuar tirando crianças do colo de "tarados espirituais"!

O que me deixa com raiva é que se sou eu quem escrevo esse livro, vai chover falatório de que "não podemos falar assim", de que "o Caminho só tem ressentido", de que "o Caio nos ensinou a bater...", de "quem somos nós", de "puxa, mais eu fui criado ali...", "puxa, mais meu pai também é pastor", "nossa! não fale assim que pega mal" e tudo isso que eu tenho que ler toda hora...

Então, quero aproveitar o momento de "fúria", para pedir, por favor, que nunca mais ninguém (do Caminho) me peça pra calar a boca contra isso tudo, pedindo para eu ficar naquele em-cima-do-muro que eu não suporto, cheio de um blá, blá, blá politicamente correto, que vive na boca de gente que saiu e NÃO TEM PENA DE QUEM FICOU. Sim, porque se saiu, e se escandaliza de me ver falando o que já sabe, então, NÃO TEM PENA DE QUEM FICOU.
NOVIDADE: "HÁ ABUSOS EM NOME DE DEUS"
Descobriram o Brasil...! Há abusos em nome de Deus! Até a Época foi entrevistar a moça escritora!

Essa semana, na reportagem, ficou evidente para todos, o que já é assunto passado para nós... Página virada, assunto esgotado, chato e repetitivo... Eu nunca escreveria um livro desse, porque para nós, ele deveria se chamar OBSERVE O ÓBVIO! O livro deve ser bom, mas nós é que já cansamos do assunto...

Taí, leiam abaixo a entrevista... Sempre mais do mesmo... Mas graças a Deus, alguém mais! Marília é o nome dela. Uma mulher. Uma jornalista. Evangélica. Resolveu lavar a roupa suja "fora de casa"... Talvez fiquem bravos com ela... tudo depende do livro... Se ele não for "chapa branca", ela fará alguns inimigos, com certeza.

Qualquer um de nós poderia escrever um livro chamado FERIDOS EM NOME DE DEUS, livro da Marília, falando do abuso emocional que os crentes sofrem na mão de "pastores"-entre-aspas! Não só sabemos mais histórias que ela como nós mesmos temos as nossas! Mas, dou graças a Deus porque a mídia dela alcançará muita gente ferida e abusada, e mantida sob cativeiro, em sequestro religioso, até que farão a leitura desse livro!

E nós: Nós continuaremos fazendo o que sempre fizemos: livro, site, blog, púlpito, aconselhamento, etc... E por nossa vez, vamos continuar tirando crianças do colo de "tarados espirituais"!

O que me deixa com raiva é que se sou eu quem escrevo esse livro, vai chover falatório de que "não podemos falar assim", de que "o Caminho só tem ressentido", de que "o Caio nos ensinou a bater...", de "quem somos nós", de "puxa, mais eu fui criado ali...", "puxa, mais meu pai também é pastor", "nossa! não fale assim que pega mal" e tudo isso que eu tenho que ler toda hora...

Então, quero aproveitar o momento de "fúria", para pedir, por favor, que nunca mais ninguém (do Caminho) me peça pra calar a boca contra isso tudo, pedindo para eu ficar naquele em-cima-do-muro que eu não suporto, cheio de um blá, blá, blá politicamente correto, que vive na boca de gente que saiu e NÃO TEM PENA DE QUEM FICOU. Sim, porque se saiu, e se escandaliza de me ver falando o que já sabe, então, NÃO TEM PENA DE QUEM FICOU.
(Leia a íntegra deste artigo em: http://www.caiofabio.com/2009/conteudo.asp?codigo=04993)

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Preocupados com a reputação

Muitos dos que estão criticando o livro demonstram uma profunda e sincera preocupação com a reputação da Igreja de Cristo, argumentando que os "de fora" vão saber dos podres dos "de dentro" e, desta forma, nunca vão querer entrar para o time dos "de dentro". Eu acolho com gratidão as críticas porque é uma oportunidade preciosa de discussão sobre o assunto. Pergunto, porém, para provocar mais debate: será que Paulo preocupou-se com a reputação da Igreja ao relatar que um membro da igreja de Coríntios estava dormindo com a madrasta? Indo um pouco além, será que o próprio Deus se preocupou com a reputação de Maria ao permitir que fosse mal falada pelas muitas pessoas próximas que provavelmente não acreditaram na história da sua divina concepção? Eu creio no meu coração que Deus se importa com as nossas intenções e não tanto com reputações. Quem mais se atém á reputação somos nós mesmos, dependentes que somos de aprovação em tempo integral. E, infelizmente, há muitos que - com boas ou más intenções (Deus julgará - ler I Cor 3: 11-13) - estão corrompendo o Evangelho da Graça. Um abraço a todos. Marília

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Forte interesse pelo tema

Obrigada a todos que prestigiaram o lançamento do livro na Cultura, ontem à noite. Foi uma noite inesquecível. A livraria nos informa que foram vendidos 190 livros durante o evento, mais do que o JÔ qdo lançou o Xangô de Baker Street. O forte interesse pelo tema do abuso espiritual mostra que existe uma legião de feridos buscando um microfone para externar o seu descontentamento. Os primeiros retornos que recebi de quem já leu o livro me deixaram muito feliz por enxergar que o trabalho será usado para ajudar na cura e reconciliação de muitas pessoas machucadas. Muito obrigada! Marília

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Matéria na Revista Época

26/06/2009 - 15:06 - Atualizado em 27/06/2009 - 00:11
“Há abusos em nome de Deus”
Jornalista relata os danos do assédio espiritual cometido por líderes evangélicos
Kátia Mello
A igreja evangélica está doente e precisa de uma reforma. Os pastores se tornaram intermediários entre Deus e os homens e cometem abusos emocionais apoiados em textos bíblicos. Essas são algumas das afirmações polêmicas da jornalista Marília de Camargo César em seu livro de estreia, Feridos em nome de Deus (editora Mundo Cristão), que será lançado no dia 30. Marília é evangélica e resolveu escrever depois de testemunhar algumas experiências religiosas com amigos de sua antiga congregação.

ENTREVISTA - MARÍLIA DE CAMARGO CÉSAR

QUEM É Marília de Camargo César, 44 anos, jornalista, casada, duas filhasO QUE FEZEditora assistente do jornal O Valor, formada pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero O QUE PUBLICOUSeu livro de estreia é Feridos em nome de Deus (editora Mundo Cristão)
ÉPOCA – Por que você resolveu abordar esse tema?
Marília de Camargo César – Eu parti de uma experiência pessoal, de uma igreja que frequentei durante dez anos. Eu não fui ferida por nenhum pastor, e esse livro não é nenhuma tentativa de um ato heroico, de denúncia. É um alerta, porque eu vi o estado em que ficaram meus amigos que conviviam com certa liderança. Isso me incomodou muito e eu queria entender o que tinha dado errado. Não quero que haja generalizações, porque há bons pastores e boas igrejas. Mas as pessoas que se envolvem em experiências de abusos religiosos ficam marcadas profundamente.
ÉPOCA – O que você considera abuso religioso?
Marília – Meu livro é sobre abusos emocionais que acontecem na esteira do crescimento acelerado da população de evangélicos no Brasil. É a intromissão radical do pastor na vida das pessoas. Um exemplo: uma missionária que apanha do marido sistematicamente e vai parar no hospital. Quando ela procura um pastor para se aconselhar, ele diz: “Minha filha, você deve estar fazendo alguma coisa errada, é por isso que o teu marido está se sentindo diminuído e por isso ele está te batendo. Você tem de se submeter a ele, porque biblicamente a mulher tem de se submeter ao cabeça da casa”. Então, essa mulher pede um conselho e o pastor acaba pisando mais nela ainda. E usa a Bíblia para isso. Esse é um tipo de abuso que não está apenas na igreja pentecostal ou neopentecostal, como dizem. É um caso da Igreja Batista, que tem melhor reputação.
ÉPOCA – Seu livro questiona a autoridade pastoral. Por quê?
Marília – As igrejas que estão surgindo, as neopentecostais (não as históricas, como a presbiteriana, a batista, a metodista), que pregam a teologia da prosperidade, estão retomando a figura do “ungido de Deus”. É a figura do profeta, do sacerdote, que existia no Antigo Testamento. No Novo Testamento, Jesus Cristo é o único mediador. Mas o pastor dessas igrejas mais novas está se tornando o mediador. Para todos os detalhes de sua vida, você precisa dele. Se você recebe uma oferta de emprego, o pastor pode dizer se deve ou não aceitá-la. Se estiver paquerando alguém, vai dizer se deve ou não namorar com aquela pessoa. O pastor, em vez de ensinar a desenvolver a espiritualidade, determina se aquele homem ou aquela mulher é a pessoa de sua vida. E ele está gostando de mandar na vida dos outros, uma atitude que abre um terreno amplo para o abuso.
ÉPOCA – Você afirma que não é só culpa do pastor.
Marília – Assim como existe a onipotência pastoral, existe a infantilidade emocional do rebanho. A grande crítica de Freud em relação à religião era essa. Ele dizia que a religião infantiliza as pessoas, porque você está sempre transferindo suas decisões de adulto, que são difíceis, para a figura do pai ou da mãe, substituí­dos pelo pastor e pela pastora. O pastor virou um oráculo. Assim é mais fácil ter alguém, um bode expiatório, para culpar pelas decisões erradas.
ÉPOCA – Quais são os grandes males espirituais que você testemunhou?
Marília – Eu vi casamentos se desfazer, porque se mantinham em bases ilusórias. Vi também pessoas dizendo que fazer terapia é coisa do diabo. Há pastores que afirmam que a terapia fortalece a alma e a alma tem de ser fraca; o espírito é que tem de ser forte. E dizem isso apoiados em textos bíblicos. Afirmam que as emoções têm de ser abafadas e apenas o espírito ser fortalecido. E o que acontece com uma teologia dessas? Psicoses potenciais na vida das pessoas que ficam abafando as emoções. As pessoas que aprenderam essa teologia e não tiveram senso crítico para combatê-la ficaram muito mal. Conheci um rapaz com muitos problemas de depressão e de autoestima que encontrou na igreja um ambiente acolhedor. Ele dizia ter ressuscitado emocionalmente. Só que, com o passar dos anos, o pastor se apoderou dele.
ÉPOCA – Qual foi a história que mais a impressionou?
Marília – Uma das histórias que mais me tocaram foi a de uma jovem que tem uma doença degenerativa grave. Em uma igreja, ela ouviu que estava curada e que, caso se sentisse doente, era porque não tinha fé suficiente em Deus. Essa moça largou os remédios que eram importantíssimos no tratamento para retardar os efeitos da miastenia grave (doença autoimune que acarreta fraqueza muscular). O médico dela ficou muito bravo, mas ela peitou o médico e chegou a perder os movimentos das pernas. Ela só melhorou depois de fazer terapia. Entendeu que não precisava se livrar da doença para ser uma boa pessoa.
“O pastor está gostando de mandar na vida dos outros e receber presentes. Isso abre espaço para os abusos”
ÉPOCA – Por que demora tanto tempo para a pessoa perceber que está sendo vítima?
Marília – Os abusos não acontecem da noite para o dia. No primeiro momento, o fiel idealiza a figura do líder como alguém maduro, bem preparado. É aquilo que fazemos quando estamos apaixonados: não vemos os defeitos. O pastor vai ganhando a confiança dele num crescendo. Esse líder, que acredita que Deus o usa para mandar recados para sua congregação, passa a ser uma referência na vida da pessoa. O fiel, por sua vez, sente uma grande gratidão por aquele que o ajudou a mudar sua vida para melhor. Ele quer abençoar o líder porque largou as drogas, ou parou de beber, ou parou de bater na mulher ou porque arrumou um emprego. E começa a dar presentes de acordo com suas posses. Se for um grande empresário, ele dá um carro importado para o pastor. Isso eu vi acontecer várias vezes. O pastor gosta de receber esses presentes. É quando a relação se contamina, se torna promíscua. E o pastor usa a Bíblia para legitimar essas práticas.
ÉPOCA – Você afirma que muitos dos pastores não agem por má-fé, mas por uma visão messiânica...
Marília – É uma visão messiânica para com seu rebanho. Lutero (teólogo alemão responsável pela reforma protestante no século XVI) deve estar dando voltas na tumba. O pastor evangélico virou um papa, a figura mais criticada pelos protestantes, porque não erra. Não existe essa figura, porque somos todos errantes, seres faltantes, como já dizia Freud. Pastor é gente. Mas é esse pastor messiânico que está crescendo no evangelismo. A reforma de Lutero veio para acabar com a figura intermediária e a partir dela veio a doutrina do sacerdócio universal. Todos têm acesso a Deus. Uma das fontes do livro disse que precisamos de uma nova reforma, e eu concordo com ela.
ÉPOCA – Se a igreja for questionada em seus dogmas, ela não deixará de ser igreja?
Marília – Eu não acho. A igreja tem mesmo de ser questionada, inclusive há pensadores cristãos contemporâneos que questionam o modelo de igreja que estamos vivendo e as teologias distorcidas, como a teologia da prosperidade, que são predominantemente neopentecostais e ensinam essa grande barganha. Se você não der o dízimo, Deus vai mandar o gafanhoto. Simbolicamente falando, Ele vai te amaldiçoar. Hoje o fiel se relaciona com o Divino para as coisas darem certo. Ele não se relaciona pelo amor. Essa é uma das grandes distorções.
ÉPOCA – No livro você dá alguns alertas para não cair no abuso religioso.
Marília – Desconfie de quem leva a glória para si. Uma boa dica é prestar atenção nas visões megalomaníacas. Uma das características de quem abusa é querer que a igreja se encaixe em suas visões, como querer ganhar o Brasil para Cristo e colocar metas para isso. E aquele que não se encaixar é um rebelde, um feiticeiro. Tome cuidado com esse homem. Outra estratégia é perguntar a si mesmo se tem medo do pastor ou se pode discordar dele. A pessoa que tem potencial para abusar não aceita que se discorde dela, porque é autoritária. Outra situação é observar se o pastor gosta de dinheiro e ver os sinais de enriquecimento ilícito. São esses geralmente os que adoram ser abençoados e ganhar presentes. Cuidado.